08/11/2013

O centésimo macaco






Vamos falar do anunciado Mundo Novo numa abordagem especial, a do Centésimo Macaco! 

A razão de ser deste blog e do seu nome, Amor à Pele, resulta duma necessidade imperiosa da minha consciência de partilhar aquilo que  ao longo dos anos me tem permitido libertar-me de conceitos desprovidos de senso e de Vida. Acredito que – colectivamente – temos que procurar caminhar cada vez mais decididamente em direcção à simplicidade, saber abandonar produtos e hábitos que nada têm a ver com a nossa natureza. É com aflição que vejo banalizada a confusão que se instalou entre lixo e luxo na alimentação, na higiene, no vestuário, na cosmética.... e pior do que tudo, é o quanto essa confusão já é banal também na vida das nossas crianças.



O tão apregoado Mundo Novo!
Ouço e leio constantemente que o mundo novo está aí! Que cada vez mais pessoas sentem a urgência de recuperar Valores que têm vindo a ser relegados para planos esquecidos. Valores cujo expoente máximo é a Paz,  que todas as criaturas conhecem, porque ela faz parte de todos os seres vivos.  A Paz vem com o nosso equipamento de origem. A Paz é o nosso pedacinho do céu, nada nem ninguém tem o poder de a destruir, tal como nada nem ninguém tem o poder de no-la dar. Nós já a temos, ela vive em nós, dentro de nós, nós e só nós teremos que ser capazes de a identificar na nossa natureza mais profunda.

A investigação de Rupert Sheldrake
Falar da expansão das consciências, do tal mundo novo, do fim de todas as formas de violência, da mudança de paradigma civilizacional, afinal, é falar exactamente de quê?  
Uma interessantíssima resposta vem do investigador inglês, Rupert Sheldrake,* quando nos dá a conhecer os campos mórficos, a propósito dos quais se conta a história do centésimo macaco.







*  Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Rupert Sheldrake é um biólogo, bioquímico, parapsicólogo, escritor e palestrante inglês; mais conhecido por sua teoria da morfogênese. Pesquisador em bioquímica e fisiologia vegetal, descobriu junto com Philip Rubery, o mecanismo de transporte da auxina. Participou, na Índia, do desenvolvimento de técnicas de cultivo no semi-árido hoje usadas amplamente.
De volta à Grã-Bretanha, tem-se dedicado a escrever, dar palestras e pesquisar um modelo de desenvolvimento teleológico, do qual faz parte a teoria dos campos morfogenéticos. Entre seus livros estão O renascimento da natureza, Cães sabem quando seus donos estão chegando e A sensação de estar sendo observado.
Ligou-se, como pesquisador, ao Institute of Noetic Sciences, dos Estados Unidos (Califórnia).



O que são campos mórficos

Segundo o cientista, os campos mórficos são estruturas que se estendem no espaço-tempo e moldam a forma e o comportamento de todos os sistemas do mundo material. São eles que fazem com que um sistema seja um sistema, isto é, uma totalidade articulada e não a mera soma de partes. Diferentemente dum campo energético, como por exemplo, o campo electromagnético, ou a gravidade da terra, um campo mórfico não decai com o quadrado da distância e é, por definição, o sustento de todo e qualquer sistema do universo, aquilo que liga todos os elementos duma forma determinada, fazendo-os formarem um sistema. São campos mórficos que organizam o corpo de animais e plantas, cérebros e mentes, as formações dos pássaros em vôo, a via láctea, a migração massiva de espécies animais, para dar alguns exemplos. São os campos mórficos que permitem que haja sistemas!

Rupert Sheldrake na sua investigação científica demonstra que cada uma dessas entidades/sistemas está associada a um campo mórfico específico, indo ao ponto de através da mesma abordagem científica, explicar a existência das constelações familiares. Neste pequeno vídeo, ele  apresenta sumariamente parte da sua teoria.









A história do centésimo macaco

Em duas ilhas separadas e habitadas por macacos da mesma espécie mas impedidos de comunicarem entre si, foi observado que um macaco mais esperto aprendeu a lavar as raizes, para não ter que as comer com terra. Ele foi observado pelos mais novos, que passaram a fazê-lo ao fim de algum tempo e, cada um deles, acabou por  passar o conhecimento aos seus pais e membros próximos do clã. Só os macacos que assistiam a esta nova técnica eram capazes de a reproduzir. E o conhecimento foi-se espalhando, até que um dia havia 99 macacos nesta situação de "iluminados" naquela ilha, mas os da outra ilha não o faziam e nunca tinham sido postos perante esta descoberta. No dia seguinte, mais um macaco, o centésimo (número que evidentemente simboliza o número crítico) também aprendeu. E a partir daí, TODOS os macacos da ilha passaram a lavar as suas raízes comestíveis na água dos rios e mar. Foi então observado muito mais: a partir desse momento, os macacos da outra ilha também começaram a lavar as raízes antes de as comerem! e isto sem nunca terem contactado com os da primeira ilha! 
Ou seja, criou-se um campo mórfico, como explica Rupert Sheldrake.





E o que tem isto a ver com o Mundo Novo?
Tudo! o nível de  consciência e modo de vida de cada um de nós contribui decisivamente  para que se atinja um número crítico de indivíduos unidos num propósito comum, aquele número que uma vez alcançado, faz mudar definitivamente o inconsciente colectivo. 
O nosso pensamento, atitudes, meditação, sentido ecológico, os nossos conceitos de higiene, a nossa comida,  as nossas palavras e os nossos silêncios, a nossa postura de vida, tudo emite a informação que, começando por ser assimilada pelos nossos próximos e amigos, um dia vai tocar “o centésimo macaco” e a partir de então simplesmente não será mais possível aceitar (quanto mais escolher!!!) um mundo onde impera a violência de empresas malfazejas, perfumes perigosos, corantes que nos põem doentes, ingredientes produzidos por fabricantes de moral duvidosa, alimentos envenenados, touradas, maus tratos a animais, a pessoas, ao planeta .  

Esse campo mórfico está em formação, o centésimo macaco está a caminho e, neste apelo total à responsabilidade individual, cada um de nós tem que fazer a sua parte, sem estar preocupado em julgar o que faz o vizinho do lado: que a nossa passagem na Terra irradie uma luz tão poderosa que se eleve acima de todos os seres e que eles sejam por ela tocados, numa imperativa atitude de respeito para com este planeta e a sua sobrevivência.

Porque não nos iludamos! o centésimo macaco está a caminho e quando ele chegar, então sim, teremos o Mundo Novo.  Neste momento, a pergunta já não é: "a mudança vem?" mas "como é que cada um de nós recebe essa mudança? de forma abrupta, ou preparada? vítimas ou cooperantes?".  Porque a mudança vem, isso é inquestionável. 

Veja também este video (± 6 minutos), que aborda o mesmo tema de outra forma, mas cuja convergência com a investigação de  Rupert Sheldrake é evidente.

https://dub114.mail.live.com/default.aspx?id=64855#!/mail/InboxLight.aspx?n=1292717860&fid=1&mid=5433e68b-9e4e-11e3-a013-00237de49966!n=1022498190&fid=1&mid=c7d91d49-9e4b-11e3-82ab-00237de4617e&fv=1







12 comentários:

  1. gostei muito desta abordagem! comecei por pensar: lá vem mais uma seca sobre o mundo novo, confesso. Mas li de fio a pavio com interesse e admiração pela leveza e ao mesmo tempo o alcance do que está dito e de como está dito. Parabéns. Pelo blog e, neste artigo, acima de tudo, pelo apelo à responsabilidade individual. A vastíssima investigação de Sheldrake é aqui mencionada na medida certa, e espero que este artigo desperte em muitas curiosidades o desejo de irem mais além neste campo.

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    1. Caro "Anónino", também eu gostaria muito que este artigo despertasse "em muitas curiosidades o desejo de ir mais além..." e que ele funcionasse como um verdadeiro apelo à responsabilidade individual. Bem haja pelas suas amáveis palavras

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  2. Adorei este tema, a explicação do mundo novo. A investigação do Sr. Rupert Sheldrake é muito interessante, está muito bem explicada, faz todo o sentido. A importância do trabalho individual de cada um, a tomada de consciência do que se passa a nossa volta.Parabéns e obrigada pela partilha, espero que atinga muitos corações.

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    1. Olá Ana, que bom ver que a "responsabilidade individual" é entendida nestes comentários como uma necessidade absoluta! Este blog precisa do contributo de todos e fico muito grata pelo incentivo que representa a tua mensagem.

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  3. Bom dia Manuela

    Gostei muito do artigo dos Campos Mórficos.
    Tinha uma ideia mas não muito cimentada do que pretendiam ser.
    O artigo é bastante explicito na simplicidade com que explica o conceito.
    Não estou tão certo assim que estejamos perto do "centésimo macaco" :(
    No caso dos macacos o sistema era simples e o sistema contrário, será que há um equilíbrio de sistemas?, não era forte, sómente não lavavam as raízes!
    O que estamos a falar do Mundo novo são muitos biliões de seres humanos a viver n(um) sistema que se opõe ao do Mundo Novo. Se for uma questão de proporção teremos muitas centenas de macacos nús a somar ao novo sistema.
    E estas crises monetárias e financeiras não ajudam em nada na conquista de macacos nús para a causa.
    Estamos a ver instalar-se a politica do vale tudo para sobreviver, os fins justificam meios que não considerávamos voltarem a ser utilizados, meios muito próximos da barbárie. Tudo em nome de uma crise monetária/financeira que nos incomoda. Ou será mesmo é uma crise de valores.
    Um bom dia para ti!
    :)

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    1. Olá Zé :) grata pelo teu comentário. A velocidade a que chegaremos ao centésimo macaco depende directamente dos comportamentos individuais, leia-se responsabilidade individual, de todos os outros que vão adquirindo o conhecimento! Também não sei se será rápido.. mas sei que lá chegaremos desde que cada um faça a sua parte, sem se preocupar com as "partes" que não lhe competem. Um beijo e um dia bom também para ti :)

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  4. Simples e esclarecedor, partilho este conceito que modestamente vou procurando pôr em prática. Vou partilhar. Obrigada, Beijinho.

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  5. Nem mais Graça :) "...modestamente vou procurando pôr em prática..." é lindo, é exactamente ao nível individual que o essencial se vai passando... a expansão acontece porque tem uma dinâmica própria, não porque estejamos preocupados com ela! Bj

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  6. deve ser a primeira vez na minha vida que gosto muito dum artigo que em grande medida ultrapassa o meu entendimento :) Mas gostei muito, seriamente! talvez porque o assunto aqui tratado é duma dimensão incomensurável? help!

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    1. Caro "Anónimo", achei o seu comentário deveras interessante :) incomensurável começa por ser o nosso quotidiano... daí a sermos capazes de o entender vai um grande passo. Mas dando passos pequeninos: já pensou que 1+1=3? assim: tu+eu=nós. "Nós" é = tu + eu + algo que é incomensurável! "Nós" é incomensurável porque já é um sistema. Muito obrigada por este seu contributo!

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    2. Maria Manuela, esta sua última resposta é de Mestre! ela traduz um alinhamento mental e uma profundidade de raciocínio que certamente fazem de si uma pessoa incompreendida por muitos. Mas olhe, conforte-se com a ideia de que os poucos que a entendem lhe ficam muito agradecidos.

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  7. João Arnaldo, agradecida fico eu pelas suas palavras. Mas não sou mestre! tenho plena consciência de que a caminhada de toda esta minha vida não será suficiente para ir além dos primeiros metros duma longuíssima estrada.

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