Hoje vamos à horta para semear batatas, mas não levamos a enxada, porque não vamos cavar, ganhar uma dor de rins.... nada disso! Vamos, isso sim, continuar a percorrer os caminhos da auto suficiência, com muito amor à pele!
Dito de outra forma, simplesmente, vamos aplicar o que aprendemos com uma extraordinária senhora chamada Ruth Stout, nascida
em 1887 no Kansas, EUA. Com mais de 95 anos, ela ainda cultivava a sua terra, com um
método que fez escola em todo o mundo, sem esforço e sem gastar água!
Este sistema está a ser utilizado e divulgado especialmente em zonas desérticas e até mesmo em Portugal, em parcelas de terrenos que, não tendo água, ficariam para sempre improdutivas.
Afinal do que se trata? de pôr simplesmente as batatas sobre a terra, espalhando os "olhos" cortados, ou a batata inteira, e cobrindo tudo abundantemente com palha.
As batatas que estão no início desta página foram a minha colheita com este sistema. Fiz assim: ao contrário do que se vê no vídeo, em que a terra é absolutamente árida, preparei uma boa cama de terra adubada com a minha compostagem e molhei-a. Em seguida, espalhei sobre a terra molhada os "olhos" grelados das batatas, como se faz habitualmente, com uma certa distância entre eles. Tapei tudo generosamente com palha, quero dizer, pus sobre as batatas a palha necessária para ficar convencida de que elas não "viam" luz. Como foi uma pequena quantidade para primeira experiência, um fardo de palha foi o bastante.
Nunca reguei! percebi pela explicação de Ruth Stout que qualquer réstea de humidade que haja no ar é retida pela palha e suficiente para fazer desenvolver as batatas. Com alegria, ao fim de pouco tempo comecei a vê-las despontar, depois formar-se um bonito batatal e, por fim, quando a rama murchou, retirei a palha e deparei com uma quantidade de batatas que me deixaram orgulhosa: saborosas, sãs, grandes e pequenas, indiscutivelmente de muito boa qualidade!
Escusado será dizer, que num ano de muita chuva este método não é o melhor. Ele é mesmo ideal para quando não chove e/ou para um terreno onde não haja água. E escusado será também dizer que, depois da colheita, a palha envelhecida é incorporada na terra, enriquecendo-a e ajudando-a a manter a humidade, cumprindo-se assim mais um ciclo perfeito de reaproveitamento natural integral.
No ano em que fiz a experiência que aqui está fotografada, praticamente não choveu e a pouquíssima chuva que caiu sobre o meu mini batatal coberto com palha não o prejudicou em nada. Sinceramente, tendo visto o video, penso que mesmo que tivessem passado meses sem um pingo de chuva, o resultado continuaria a ser excelente.
Não custa nada tentar! se tiverem condições para isso, peguem em 3kg ou 4kg de batatas e façam a experiência. O resultado é mesmo surpreendente! aliás, só o facto de não ser preciso gastar água tem um valor inestimável!
http://www.youtube.com/watch?v=GNU8IJzRHZk
Vejam atentamente o video onde a própria Ruth Stout explica e mostra como se faz.
E não só batatas! eu ainda não me aventurei a outras culturas, mas lá irei! Na imagem abaixo, vemos cebolas cultivadas pelo mesmo método.
Vejam atentamente o video onde a própria Ruth Stout explica e mostra como se faz.
E não só batatas! eu ainda não me aventurei a outras culturas, mas lá irei! Na imagem abaixo, vemos cebolas cultivadas pelo mesmo método.
_________________________________________________________________
Entrámos em 2014 e as minhas batatas plantadas com palha no final de Setembro 2013 estão prontas a serem colhidas. Desta vez, tinha um espaço tão pequenino, ± 1,5 m2, e porque choveu bastante, a produção também foi pequenina, mas nem por isso menos entusiasmante e saborosa. Aqui está ela:
Mas porque tenho um gato mariola, o portentoso Napoleão, que este ano decidiu instalar-se a apanhar sol em cima da palha das batatas, aproveito para vos mostrar o resultado de ele ter mexido na palha, diminuindo a camada que cobria as batatas. Cá está ele e a sua obra!
Vêem-se bem as manchas provocadas pela entrada de luz. O que vale é que ele não andou a mudar de lugar, só estragou estas. E no fundo até lhe estou grata, já que assim posso fazer esta chamada de atenção: as batatas têm que ser abundantemente tapadas com a palha, não podem apanhar luz!
Mas porque tenho um gato mariola, o portentoso Napoleão, que este ano decidiu instalar-se a apanhar sol em cima da palha das batatas, aproveito para vos mostrar o resultado de ele ter mexido na palha, diminuindo a camada que cobria as batatas. Cá está ele e a sua obra!
Vêem-se bem as manchas provocadas pela entrada de luz. O que vale é que ele não andou a mudar de lugar, só estragou estas. E no fundo até lhe estou grata, já que assim posso fazer esta chamada de atenção: as batatas têm que ser abundantemente tapadas com a palha, não podem apanhar luz!